terça-feira, 6 de maio de 2014

Ambivalências

Você diz que eu risco sua parede de cinismo, Mas não percebe que eu só a alcanço porque estou deitado ao seu lado. Você me sacode pelos ombros querendo explicações, E não nota que me toca só por que ainda estou perto. Você ri dos meus tropeços e do meu inglês, Isso acontece por que você ainda pode me ver... E ouvir. Você reclama do meu sorriso cansado, Só não percebe que ele foi gasto com você. Você disse que meu mundo é todo bagunçado, Ele só ficou assim por que deixei você entrar.
Na parede as marcas do cinismo que me encantava, Você não está mais ao meu lado. Minhas mãos vazias sem explicações, Você está tão longe de mim. Não há tropeços pela casa e nenhum sotaque estranho, Você já não pode ser visto... Nem ouvido. Já não tenho do que reclamar, Você não gasta seu sorriso comigo. Seu mundo está perfeito, Você não me deixa mais entrar.