terça-feira, 29 de maio de 2012

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Roubando Lágrimas

"Se lembra quando a gente chegou um dia acreditar que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre, sempre acaba." Cássia Eller 

Eu sempre me sentia tão segura com você, isso nunca foi um segredo. Quando eu me deixa cair em seus braços  nada mais importava. Hoje as coisas são um pouco diferentes, pois não tenho mais o abrigo do seu abraço. Você está longe de mim.

Eu ainda te amo, talvez só os fortes sejam capazes de amar tão de longe, mas me sinto fraca, frágil. A ausência da sua voz é tão forte que quase me sufoca. Por que negar o pouco que resta de nós? Por que me negar sua voz?

Me pego pensando em como seria ter você aqui, me vendo de collant, dançando, massageando meus pés cansados das sapatilhas apertadas; cuidando de mim quando eu pensasse que o mundo fosse acabar toda vez que chego atrasada.

Queria poder chegar em casa e compartilhar com você meus passes, meu tombe pas de bourrée,  e todos os saltos que aprendi.

Um dia desses um texto bobo me fez chorar, mas o que me deixou mais triste foi não ter suas mãos para secar minhas lágrimas.

eu não sabia quanto tempo nós tínhamos, mas se tivessem me dito eu nunca teria tirado meus olhos de você.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Pra Não Voltar

"Fá com baixo em fá; fá com baixo em fá sustenido." A Banda Mais Bonita da Cidade

O apartamento era o mesmo, não pequeno, aconchegante, diziam eles. A maioria dos móveis eram estantes e todas abarrotadas se livros. Alguns discos de vinil contracenavam com os cabos dos notebook's que sempre estavam prontos à escrever. O quarto guardava aqule cheieinho de amor eterno, guardava mais livros e um violão. A cozinha era pequenina, mesa pra dois e quase nunca com comida caseira. A geladeira era decorada com os mais duversos imãs, que iam de representações cartunescas de Frida Kalo até uma figurinha do Pelé.

Mas hoje as coisas não estavam assim, nada aconchegande, sequer pequeno. Era tudo apertado, sufocante e uma certa melancolia pairava no ar, uma tristeza sem nome. Qual preço se pode pagar pela felicidade? Qual valor possui sua liberdade? Não havia mais forças para ir além. Quanto tempo iria demorar para que tudo se tornasse realidade? 

A casa nunca existiu. As paredes cheias de livros na verdade eram as paredes de dois corações abarrotados de sonhos. O cheiro de amor eterno era o cheiro de amor que não veio. O embrião do nosso amor foi abortado pela nossa pressa de ser feliz. A cozinha decorada não passava de um caderno de frases soltas e cartinhas de amor.

Restou um silêncio ao telefone. Uma conversa inacabada que termina assim:
- Vou desligar, preciso dormir.
- Guarda um sonho pra mim?
- De chocolate?
- Não, de amor.