quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Morena

Abra sua boca e fale de tudo que fez você sentir-se triste
Mas lembre-se que um dia você vai se apaixonar de novo
E talvez tenha de fazer o contrário de tudo que você disse
Aquela garota pode ser quem te tire do fundo do poço

Fala da vida em acorde maior, quem sabe sustenido
Enfrente o mar com a cara limpa e um sorriso no rosto
Cante em paz diante da bem Amanda um harmônico suspendido
E fale de amor no século XXII mesmo que pareça tosco

Dança, morena e gira teu corpo onde quer que fores
Eleva a voz num canto ofegante de amor
E goza a vida em meio das flores

Fala de mim como se eu não pudesse te escutar
E conta do meu olhar que te deixa sem dor
E não esquece, morena, estou aqui só por te amar

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Constellation de la Vie

A água gelada banhava o corpo nu e se confundia com as lágrimas quentes que caiam de seus olhos. Ninguém podia vê-lo, ninguém o escuta e era por isso que ninguém sabia que ele estava chorando. As mãos eram fortes para se prender nos ombros da bem amada, mas seus joelhos estavam tão fracos que não pode manter-se em pé.

No chão, ainda banhado em lágrimas, tentou ligar os pontos e encontrar o nexo das coisas. Acabou. Mais uma vez essa palavra lhe atingia junta de um turbilhão de incertezas, medos e tristezas. A lembrança d éter vivido algo que não era seu, como tomar a dor de um passante desconhecido, como sangrar sem nunca ter sido cortado.

Seus pés se firmaram no solo e pode levantar-se em coragem e graça. A força da água agora se confundia com a própria força da sua vontade; suas mãos fortes agora estavam prontas para batalha e seus joelhos firmaram-se como colunas de um tempo.

Ao ver seu próprio reflexo percebeu, não sem dor, que cada cicatriz era um ponto que formava o que ela era. Cada marca, cada escorregão tudo o trouxe para ser aquele momento. A sua dor, a dor de cada um de nós, se olhada de perto pode ser só uma marca de uma dor que se viveu, mas olharmos de longe, um todo, cada uma delas brilhava, como uma estrela dessa maravilhosa constelação chamada Vida.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Versos II

Nosso original rassurou, mas vamos fazer dele um rascunho e escrever uma coisa nova história.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Soneto à Amiga Distante

Olho ao longe e vejo a mulher que eu poderia amar
Não tenho certeza se em outros tempos eu já não amei
Mas nos dias de hoje gostaria de somente podê-la encontrar
E compartilhar tudo aquilo que ainda não sei.

Bem mais que um corpo moreno banhado de sol
Ela tem um sorriso lindo, que me desfalece em poesia
E se um dia com ela me casar, cantarei como um rouxinol
E daria a ela, em verso, tudo aquilo que conhecia

Quero me perder em seus cachos negros cheios de paixão
E se terras nos separam, sei que nossos destinos se encontrarão
E numa festa, com você de branco, celebrarei.

O ouro talvez não seja meu amigo
Mas os versos sempre estão comigo
E se você for minha eles serão seus.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Dois Anos Depois

Eu sempre a amei, de uma forma diferente, como amei duas ou três pessoas minha vida toda. È interessante você olhar para trás e perceber como as coisas aconteceram, como elas se desenvolveram. Era uma conversa simples no bar, depois algumas ligações perdidas conseguimos nos encontrar e ela vinha com o sorriso cheio de novidades. Não perdera em nada seu jeito agitado de ser, é isso que a Cidade grande faz com você te acelera e nem de mostra onde fica o freio.
Conversamos por horas, ela me contou todas as novidades. Com um sorriso do tamanho do universo recebi a noticia de como uma jovem graduando se transformou em uma “maestra” e numa linda flor que ensina redação. Como aquela menina que parecia tão frágil se transformou numa mulher maravilhosa. Até de como o amor existe e pode ser encontrado na simplicidade de um piano e um violão.

Hoje estou aqui, meus óculos espelhados não me impedem de ver minha Moreninha, tão doce quanto o livro, correr pela relva verdejante. Com cabelos jogados e vivos como os da mãe ela corre atrás dos pássaros e conversa com as flores. Ao meu lado meu jovem Chico, que contemplando seu reflexo nos meus óculos pergunta: “Tio, por que seu nome é igual o do papai?” Só me resta sorrir e afagar-lhe os cabelos rebeldes.

Ao longe surge minha profecia: uma linda bicicleta dupla, azul e amarela. E como se estivesse guiando um pegasus ela vem sorrindo altiva, feliz, plena. Mesmo com o passar do tempo ela continuava linda, agora com um olhar maduro e ao mesmo tempo sereno. A correria da Cidade ainda era evidente em seus olhos, mas depois de tantas teses, livros e palestras todo mundo tem que desacelerar.

E o tempo passou, um texto nasceu e no meu coração sempre houve a certeza que tudo daria certo. E como uma vez, em sonho, te escrevi, novamente repito: Dancemos!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012