sábado, 4 de agosto de 2012

Minguante

Caiu de mim como fosse uma lágrima
Um verso simples e de amor
Desceu lavando toda lástima
Apagando com doçura toda dor

Levantei os olhos para o céu azul
E o sol me contou histórias de paz
Banhei meu rosto no vento que sopra do Sul
E fui sereno como não se pode jamais

Foi você que minguou a lua
Quando levou o verde dos seus olhos daqui
Deixando deserta a nossa rua

Vou ficar no meu caixa esperando você chegar
Demore o tempo que for minha Gata
Porque meu sonho é ver você voltar.

Efélides que Choram


Por fora, e de longe, ela é durona, bocuda daquelas bem malvadas. Suas conversas eram basicamente sobre suas opiniões e o quão forte elas eram. Isso era demais para uma menina vinda do interior do interior. Bebia e dançava como se a noite fosse dela; lembro bem da cena que marcou toda essa força que ela tem: jaqueta de couro tão negro quando a noite, uma garrafa de vinho a tiracolo e um andar provocante. Sua maquiagem fazia com que suas efélides fossem joias cravadas em seu rosto. Naquele momento aprendi que efélides podem seduzir.


Passou-se o tempo e como uma borboleta que rompe a crisálida para poder nascer, quebrou-se para que eu a pudesse conhecer. Vi que ela tinha o mesmo poder de amar que toda mulher, por debaixo do grande casaco de couro batia um coração tão apaixonado quanto
um coração pode ser. Esse coração, vestido de caipira, certa vez perdeu uma festa toda numa discussão a cerca de uma certa paixão. Cineminha juntos, sair correndo numa briga, carinha de apaixonada. A crisálida rompida me mostrou que efélides podem amar.


Mas veio à vida e fez o que ela faz de melhor, jogou a realidade com tanta força que doeu. A morte, a dor, a saudade, à distância tudo ao mesmo tempo faz a gente sentir uma dor muito forte. Não importa quão bela e quão forte seja a borboleta, suas asas sempre serão frágeis. Nossas defesas são tão fracas quando os ataques vêm de dentro, às vezes as espadas desembainhadas apontam para nosso próprio peito. Sua doçura ácida me conquista a cada dia, mesmo na turbulência leve que nossa vida é. Lembre-se: a crisálida se quebra para que a borboleta possa voar e por mais belas que seja... As efélides podem chorar.

terça-feira, 29 de maio de 2012

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Roubando Lágrimas

"Se lembra quando a gente chegou um dia acreditar que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre, sempre acaba." Cássia Eller 

Eu sempre me sentia tão segura com você, isso nunca foi um segredo. Quando eu me deixa cair em seus braços  nada mais importava. Hoje as coisas são um pouco diferentes, pois não tenho mais o abrigo do seu abraço. Você está longe de mim.

Eu ainda te amo, talvez só os fortes sejam capazes de amar tão de longe, mas me sinto fraca, frágil. A ausência da sua voz é tão forte que quase me sufoca. Por que negar o pouco que resta de nós? Por que me negar sua voz?

Me pego pensando em como seria ter você aqui, me vendo de collant, dançando, massageando meus pés cansados das sapatilhas apertadas; cuidando de mim quando eu pensasse que o mundo fosse acabar toda vez que chego atrasada.

Queria poder chegar em casa e compartilhar com você meus passes, meu tombe pas de bourrée,  e todos os saltos que aprendi.

Um dia desses um texto bobo me fez chorar, mas o que me deixou mais triste foi não ter suas mãos para secar minhas lágrimas.

eu não sabia quanto tempo nós tínhamos, mas se tivessem me dito eu nunca teria tirado meus olhos de você.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Pra Não Voltar

"Fá com baixo em fá; fá com baixo em fá sustenido." A Banda Mais Bonita da Cidade

O apartamento era o mesmo, não pequeno, aconchegante, diziam eles. A maioria dos móveis eram estantes e todas abarrotadas se livros. Alguns discos de vinil contracenavam com os cabos dos notebook's que sempre estavam prontos à escrever. O quarto guardava aqule cheieinho de amor eterno, guardava mais livros e um violão. A cozinha era pequenina, mesa pra dois e quase nunca com comida caseira. A geladeira era decorada com os mais duversos imãs, que iam de representações cartunescas de Frida Kalo até uma figurinha do Pelé.

Mas hoje as coisas não estavam assim, nada aconchegande, sequer pequeno. Era tudo apertado, sufocante e uma certa melancolia pairava no ar, uma tristeza sem nome. Qual preço se pode pagar pela felicidade? Qual valor possui sua liberdade? Não havia mais forças para ir além. Quanto tempo iria demorar para que tudo se tornasse realidade? 

A casa nunca existiu. As paredes cheias de livros na verdade eram as paredes de dois corações abarrotados de sonhos. O cheiro de amor eterno era o cheiro de amor que não veio. O embrião do nosso amor foi abortado pela nossa pressa de ser feliz. A cozinha decorada não passava de um caderno de frases soltas e cartinhas de amor.

Restou um silêncio ao telefone. Uma conversa inacabada que termina assim:
- Vou desligar, preciso dormir.
- Guarda um sonho pra mim?
- De chocolate?
- Não, de amor.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Os Poderosos


Não adianta lutar, o sonho acabou
Guarde suas lágrimas de sofrimento para outro tempo
Nossa vitória foi certa, nosso reinado começou
E suas lutas para nós é apenas passatempo

O Muro já caiu e nós marchamos sobre ele triunfantes
Seus gritos de liberdade são como latidos de um cão rouco
Esmagamos a vossa vontade com nossas patas de elefante
E fizemos dos seus gemidos a canção de um louco

Chorem essas lágrimas vermelhas sem nenhum tipo de paixão
Acreditem na utopia de igualdade de um charlatão
O sangue de vocês não vale nada diante do ouro negro

Sentamos em nossos tronos, ouvindo um movimento em alegro
Você são insetos cegos e surdos com todos os nossos “nãos”
Deixem de ser tolos; o sol já se pôs em nossas mãos.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Eu Receberia as Piores Noticias dos Seus Lábios

Eu receberia as piores noticias dos seus lábios
Porque eles são carnudos e me deixam encantados
Tem um jeito de se mexer só deles
E nunca erram uma palavra

Eu receberia as piores noticias dos seus lábios
Porque quando eles beijam meu rosto
Sinto ternura e graça; um jeito só deles
De dizer as coisas que quero ouvir

Eu as receberia porque o modo como eles se movem
Fazem meus olhos se perderem no meio das coisas
E eu percebo que nada importa se forem meus
Sempre meus.


Eu receberia as piores noticias dos seus lábios
Porque quando eles beijam os meus sinto meu corpo jubilar
A paixão toma conta de cada poro meu
E sinto-me em efervecência


Eu receberia as piores noticias dos seus lábios
Porque são eles que disparam sua voz para o mundo
Voz que carrega um leve ascento agudo
E seu jeito de falar certinho.

terça-feira, 24 de abril de 2012

À Artista


Ela sorri com simplicidade, Sei disso, eu vi as fotos.
Poucos sabem que é o olho de um deus que dá tanto poder a ela,
E quando passeia distraída, encantando outros rostos
Nem imagina que seu caminhar inspirou uma tela.

Da impecabilidade de um branco, fez brotar um sonho
Um sonho que ainda me faz arrepiar o pelo
E sonho pelo qual esses versos componho
Em agonia por ainda não recebê-lo

Obrigado artista por usar seu dom pra me deixar feliz
Sem que nada de valioso fiz
Mas que o vil metal tenha validade

Que fruto de toda essa felicidade
Eu possa dizer em versos aquilo que quero:
Obrigado artista, pela armadura do homem de ferro.

domingo, 22 de abril de 2012

SMS

Te vi passar. Semblante caído e olhar distante.
Seus cílios azuis piscaram em melancolia
E me deixaram triste também.

Meu coração pensou: posso fazer você sorrir?
Busquei poesias e versos dentro de mim
Encontrei apenas uma imagem.

Uma moça de canga amarela e olhar perdido no mar e no céu.
Sorri! E mais uma vez me faz sorrir contigo.
Deixe que a loucura má vá embora para outros prados
E deixe sua loucura bela me encantar um pouco mais.

sexta-feira, 9 de março de 2012

segunda-feira, 5 de março de 2012

A Casa dos Sonhos

Me sento no sofá da sala e começo a escrever. Esse deve ser o maior presente que esse lugar pode receber. Lembra da primeira vez que chegamos extremamente embriagados e dormimos sentados; só na manhã seguinte percebemos e começamos a reconstruir as memórias um do outro, grande dia.

A primeira vez que entramos aqui foi épico; para mim era finalmente conhecer o gosto da liberdade, sem nenhum resquício de família e tradição. Era um novo parágrafo sendo escrito ao lado do meu grande companheiro. Nós podíamos ter dado o nome de “1° Igreja Cretina de Florianópolis”, mas não iria colar. As maiores cretinices da minha vida aconteceram naquele lugar. Quando perdi a chave do meu quarto e tive de usar o seu, sem me dar conta de que, justamente naquele dia, você dormiria em casa. Me desculpe. As incontáveis vezes que cheguei do trabalho e encontrei você e sua namorada se agarrando no sofá ou quando eu estava com uma gata selvagem e você aparecia só de cueca pra buscar mais uma cerveja.

Complicado escolher qual foi à melhor festa. Eu sempre ficava chocado de quantas pessoas eram capazes de caber naquele lugar. A primeira festa foi, de certo modo, um desastre, sem luz, pouca cerveja e aquele cara chato que não parava de falar de direito e dever. Existiram muitas outras melhores, mas a maioria delas eu não me lembro direito. Noites regadas a Sueca e ligações dos vizinhos para diminuirmos o barulho, essa era nossa vibe. A última festa foi lendária. Um misto de melancolia e farra, com todas as pessoas que nós amávamos e aprendemos a amar.

E as incontáveis noites filosóficas regadas a um bom vinho. Resolvíamos problemas universais; curávamos doenças e certa vez desenvolvemos um plano de gestão urbana perfeito. Claro que tudo ou terminava na tabela do Brasileirão ou em algum jogo de vídeo-game. Escrevemos sonetos, odes e você me ajudou muito a destravar uma parte do meu livro. Seu conto de pedido de casamento? Eu o vi nascer diante dos meus olhos.

Nem tudo foi alegria, claro. Alguns dias parecia que tudo iria desabar ao nosso redor, nosso intelecto, nossos amores, nossa família, nosso coração. Todos os caminhos estavam fechados e o que restava eram lágrimas e o ombro amigo de um para o outro. Foram dias complicados, mas foram dias que nos fizeram crescer muito.

Agora estou aqui, sentado nos últimos instantes meus aqui dentro. Assim que guardar a caneta e o papel, vou devolver as chaves e passar adiante o que durante alguns anos foi nosso templo. Fico comigo pensando: você se lembra disso tudo? Eu acho que não. Por que nada disso aconteceu, e nem vai.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Morena

Abra sua boca e fale de tudo que fez você sentir-se triste
Mas lembre-se que um dia você vai se apaixonar de novo
E talvez tenha de fazer o contrário de tudo que você disse
Aquela garota pode ser quem te tire do fundo do poço

Fala da vida em acorde maior, quem sabe sustenido
Enfrente o mar com a cara limpa e um sorriso no rosto
Cante em paz diante da bem Amanda um harmônico suspendido
E fale de amor no século XXII mesmo que pareça tosco

Dança, morena e gira teu corpo onde quer que fores
Eleva a voz num canto ofegante de amor
E goza a vida em meio das flores

Fala de mim como se eu não pudesse te escutar
E conta do meu olhar que te deixa sem dor
E não esquece, morena, estou aqui só por te amar

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Constellation de la Vie

A água gelada banhava o corpo nu e se confundia com as lágrimas quentes que caiam de seus olhos. Ninguém podia vê-lo, ninguém o escuta e era por isso que ninguém sabia que ele estava chorando. As mãos eram fortes para se prender nos ombros da bem amada, mas seus joelhos estavam tão fracos que não pode manter-se em pé.

No chão, ainda banhado em lágrimas, tentou ligar os pontos e encontrar o nexo das coisas. Acabou. Mais uma vez essa palavra lhe atingia junta de um turbilhão de incertezas, medos e tristezas. A lembrança d éter vivido algo que não era seu, como tomar a dor de um passante desconhecido, como sangrar sem nunca ter sido cortado.

Seus pés se firmaram no solo e pode levantar-se em coragem e graça. A força da água agora se confundia com a própria força da sua vontade; suas mãos fortes agora estavam prontas para batalha e seus joelhos firmaram-se como colunas de um tempo.

Ao ver seu próprio reflexo percebeu, não sem dor, que cada cicatriz era um ponto que formava o que ela era. Cada marca, cada escorregão tudo o trouxe para ser aquele momento. A sua dor, a dor de cada um de nós, se olhada de perto pode ser só uma marca de uma dor que se viveu, mas olharmos de longe, um todo, cada uma delas brilhava, como uma estrela dessa maravilhosa constelação chamada Vida.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Versos II

Nosso original rassurou, mas vamos fazer dele um rascunho e escrever uma coisa nova história.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Soneto à Amiga Distante

Olho ao longe e vejo a mulher que eu poderia amar
Não tenho certeza se em outros tempos eu já não amei
Mas nos dias de hoje gostaria de somente podê-la encontrar
E compartilhar tudo aquilo que ainda não sei.

Bem mais que um corpo moreno banhado de sol
Ela tem um sorriso lindo, que me desfalece em poesia
E se um dia com ela me casar, cantarei como um rouxinol
E daria a ela, em verso, tudo aquilo que conhecia

Quero me perder em seus cachos negros cheios de paixão
E se terras nos separam, sei que nossos destinos se encontrarão
E numa festa, com você de branco, celebrarei.

O ouro talvez não seja meu amigo
Mas os versos sempre estão comigo
E se você for minha eles serão seus.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Dois Anos Depois

Eu sempre a amei, de uma forma diferente, como amei duas ou três pessoas minha vida toda. È interessante você olhar para trás e perceber como as coisas aconteceram, como elas se desenvolveram. Era uma conversa simples no bar, depois algumas ligações perdidas conseguimos nos encontrar e ela vinha com o sorriso cheio de novidades. Não perdera em nada seu jeito agitado de ser, é isso que a Cidade grande faz com você te acelera e nem de mostra onde fica o freio.
Conversamos por horas, ela me contou todas as novidades. Com um sorriso do tamanho do universo recebi a noticia de como uma jovem graduando se transformou em uma “maestra” e numa linda flor que ensina redação. Como aquela menina que parecia tão frágil se transformou numa mulher maravilhosa. Até de como o amor existe e pode ser encontrado na simplicidade de um piano e um violão.

Hoje estou aqui, meus óculos espelhados não me impedem de ver minha Moreninha, tão doce quanto o livro, correr pela relva verdejante. Com cabelos jogados e vivos como os da mãe ela corre atrás dos pássaros e conversa com as flores. Ao meu lado meu jovem Chico, que contemplando seu reflexo nos meus óculos pergunta: “Tio, por que seu nome é igual o do papai?” Só me resta sorrir e afagar-lhe os cabelos rebeldes.

Ao longe surge minha profecia: uma linda bicicleta dupla, azul e amarela. E como se estivesse guiando um pegasus ela vem sorrindo altiva, feliz, plena. Mesmo com o passar do tempo ela continuava linda, agora com um olhar maduro e ao mesmo tempo sereno. A correria da Cidade ainda era evidente em seus olhos, mas depois de tantas teses, livros e palestras todo mundo tem que desacelerar.

E o tempo passou, um texto nasceu e no meu coração sempre houve a certeza que tudo daria certo. E como uma vez, em sonho, te escrevi, novamente repito: Dancemos!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Soneto à Leandro de Oliveira

De caminhar leve, como uma folha que navega livre ao vento;
A certeza do homem com o carisma do menino.
Mãos que fazem a poesia ganhar vida e movimento,
O riso solto que alegra o mais triste peregrino

Lembra o pai. Que já não está, mas ainda brilha num mundo preto e branco.
Ama a canção que gira em seus dedos e brilha com sua voz.
A mulher caminha ao seu lado e sem ela seria um manco,
Que sem rumo não teria paixão para cuidar de todos nós.

Vá meu irmão, brilhe como a estrela e que nos aquece em paz
Faça canção e poesia como não se viu jamais
E com meu canto sereno eu vou acompanhar você.

Cada um da aquilo que, seja saúde, dinheiro ou alegria
Faltam-me as posses para lhe encher de bens
Por isso hoje, meu amigo, eu lhe entrego minha poesia.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Soneto à Terra, aos Olhos e ao Sorriso

Queria falar sobre Gaia, sobre as rochas, sobre a terra
Mas tudo isso me escapa pela mão como as areias do tempo
Minha palavra agora hesitante e falha, erra
E sigo perdendo os versos num ligeiro contratempo

Pensei em falar sobre as cores, sobre céu, sobre a luz
Mas seus olhos turvos me desviaram do caminho
E como a fumaça que envolve, porém não se deixa deter
Gastei todas as forças em busca de um carinho

Vim falar de um sorriso... E esse sim me deu todos os versos
E abriu em mim caminhos diversos
Que me fez dizer aquilo que me faz encantar

Sorriso que inunda, encanta e alivia
Que versa versos a revelia
Me leva sempre a paz onde quero estar

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Nada de Nada

Sob umbrais de vidro ela me fitou com um longo olhar cheio de melancolia.
Minha alma se despedaçou, mas me mantive sorrindo, porque só posso ficar contente se ela também estiver.
é a mistura perfeita entre a menina-mulher e um moleque travesso.
A porta se fecha e eu imagino seus olhos derramando todo o verde deles e pintando o chão com um sorriso sem cor.
Te alegra menina e enche o mundo de piada e de amor.
Abraça seu melhor amigo como num ultimo romance do mais belo escritor.
E não me deixe em paz; nunca me deixe em paz, parce tu sais rien du rien.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O Jogo

Tem dias que são assim: o peso é tanto que você se fecha.
A canção não consegue escapar pela boca
E a poesia fica presa entre os dedos curvos
O olhar se perde no infinito do mar

Tem dias que a competição é tão forte
Que as pernas estão exaustas antes mesmo da largada
Os braços repousam ao longo do corpo antes do primeiro soco
O arco quebra, logo após o primeiro tiro de flecha

Mas é em vão, tudo isso se torna em vão
Quando as regras são quebradas e os parâmetros são perdidos
Não se pode vencer um jogo onde só se pode perder pontos
Nunca se chega ao ponto final se a virgula esta no lugar errado.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Rosa

Sobrenome de flor
Deitando seu corpo sobre a areia quente
Seu sorriso me faz pensar que o mar não tem fim
A voz e a simpatia que encantam, numa noite onde tudo fica novo...

De novo

Seus lábios clamam por um lugar quentinho
E eu, morena, perco meus braços em seus abraços
E esqueço que a noite vai e o dia vem
Estou sorrindo e você também

Agora

Eu me lembro de puxar assunto e sorrir como um bobo
Você sorri de volta, mas não diz o que pensa
E num guarda-chuva velho eu levei um fora
Pra num sofá de couro beijar você

E também

Ninguém pode se furtar de ser humilde
A gratidão é o maior sentimento, maior que o amor
Obrigado por suportar a pessoa mais chata do mundo, eu
E ainda manter um olhar de ternura para um pobre rapaz

Te encontro, assim que o sol e o sono não nos impedirem.