quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sonhos

"Fá com baixo em fá; fá com baixo em fá sustenido."

O apartamento era o mesmo, não pequeno aconchegante diziam eles. A maioria dos móveis eram estantes e todas abarrotadas de livros. Alguns dicos de vinil contracenavam com os cabos dos notebook's que sempre estavam prontos à escrever. O quarto guardava aquele cheierinho de amor eterno, guardava mais livros e um violão. A cozinha era pequenina, mesa pra dois e quase nunca com comida caseira.

Mas hoje as coisas não estavam assim, uma certa melancolia pairava no ar, uma tristeza sem nome. Qual preço se pode pagar pela felicidade? Qual valor possui sua liberdade? Não havia mais forças para ir além. Quanto tempo iria demorar para que tudo se torna-se realidade?

A casa nunca existiu. As paredes cheias de livros na verdade eram as paredes de dois corações abarrotados de sonhos. O embrião do nosso amor foi abortado pela nossa pressa de ser feliz.

Restou um silêncio ao telefone. Uma conversa inacabada que termina assim:
- vou desligar, preciso dormir.
- guarda um sonho pra mim?
- De chocolate?
- Não, de amor.

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