terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Baby

G.C.,
Resolvi escrever só pra poder te atualizar do meu mundinho sem graça. Faz quanto tempo? Quando a saudade bate forte isso nem importa muito. Sei que faz menos do que eu sinto e bem mais tempo do que eu posso agüentar.

Finalmente terminamos de instalar a piscina; o deck ficou muito lindo, coloquei umas espreguiçadeiras para podermos conversar... Podermos... Acho que isso já não existe mais. A Carolina sente saudade, ela ainda chora um pouco às vezes, mas tenho certeza que logo se acostuma. Ninguém guarda mais a margarina como você fazia: sem a tampa enrolada no papel plástico. Leu os jornais dessa semana? A gasolina vai subir de preço, mais uma vez.

Sei bem como as coisas funcionam, mas o mundo está acontecendo e eu ainda me sinto preso nas coisas que você me dizia, nas músicas que você me mostrava. É como se meu corpo ainda estivesse preso no meio das cordas do seu violão. “Preto, você precisa aprender inglês” era seu estandarte preferido quando eu perguntava alguma coisa sobre aquela música do Bob Dylan. Nunca quis aprender inglês, queria aprender o idioma do seu corpo; sempre busquei as palavras que pudessem abrir seus caminhos.

Estamos em São Paulo, e por mais que você prefira o Rio aqui é a melhor cidade da América do Sul. Vamos ver um show na praça e outro na estação da luz; amanhecer na Paulista e tomar um café com leite no copo americano (numa dessas padarias perdidas). Sai comigo de novo, preciso muito sair, lembra daquele sorvete olhando o pessoal passear na Praça da Sé?

Acho que eu nunca entendi de verdade o que estava escrito na sua camisa...

Do ainda seu,
C.V.

2 comentários:

  1. tava lendo algumas coisas antigas e lembrei que um tempão atrás, foi G.C. que me colocou pra escrever também (:
    volta, vá..

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