quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Constellation de la Vie

A água gelada banhava o corpo nu e se confundia com as lágrimas quentes que caiam de seus olhos. Ninguém podia vê-lo, ninguém o escuta e era por isso que ninguém sabia que ele estava chorando. As mãos eram fortes para se prender nos ombros da bem amada, mas seus joelhos estavam tão fracos que não pode manter-se em pé.

No chão, ainda banhado em lágrimas, tentou ligar os pontos e encontrar o nexo das coisas. Acabou. Mais uma vez essa palavra lhe atingia junta de um turbilhão de incertezas, medos e tristezas. A lembrança d éter vivido algo que não era seu, como tomar a dor de um passante desconhecido, como sangrar sem nunca ter sido cortado.

Seus pés se firmaram no solo e pode levantar-se em coragem e graça. A força da água agora se confundia com a própria força da sua vontade; suas mãos fortes agora estavam prontas para batalha e seus joelhos firmaram-se como colunas de um tempo.

Ao ver seu próprio reflexo percebeu, não sem dor, que cada cicatriz era um ponto que formava o que ela era. Cada marca, cada escorregão tudo o trouxe para ser aquele momento. A sua dor, a dor de cada um de nós, se olhada de perto pode ser só uma marca de uma dor que se viveu, mas olharmos de longe, um todo, cada uma delas brilhava, como uma estrela dessa maravilhosa constelação chamada Vida.

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