sexta-feira, 8 de abril de 2011

Furacão

Um dia um furacão passou assim
Rasgou meu peito como se eu fosse feito de papel
Dilatou minhas pupilas, e deixou um buraco oco em mim
Mas sempre me resgatava como um anjo Rafael

É lembrado no copo de cevada processada, não pelo gosto
Mas pelo amor que fazia, e faz, e fará, nascer em cada palavra
É lembrado por encarnar sempre a responsabilidade pelo lado oposto
Rasgava nosso peito com seu amor, como quem rasga a terra que lavra

Vai furacão! Destrua e ame quantas terras for preciso
Construa, reconstrua; escreva e reescreva mil e uma vidas em mil e uma mesas de bar
Mas não esqueça que para muitos você é o dente siso
E pra tantas outras é o ultimo gole de ar

Lembra da fenda na terra que você abriu do Campeche aos Ingleses?
Nós colhemos a semente de suas palavras e as plantamos nela
Dela brotou felicidade, saudade e milhões de prazeres, às vezes
E sempre que anoitece e olhamos o mar, vemos seu rosto, furacão, pela janela.

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