terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ode do Amor a Simplicidade

Não tem sapatos bem polidos e nem um cetro dourado na mão
Não traz consigo tesouros ou o poder sobre outros reinos
Fez pouco caso do protocolo e só faltou com a educação
Trazia os pés quase descalços como uma camponesa de poucos feitos

Suas vestes são pouco nobres e seu passar é quase indigno
Canta canções estranhas e chora, parece bastante sentimental
Não carrega nobreza e sua coroa é um pedaço de elástico fino
Seria uma desfiguração nos padrões reais do sistema feudal

Mas quem disse que eu ligo para isso tudo? Para essas convenções?
Quem pode impor ao Amor qualquer tipo de regra ou modo de ser?
Aprendi que o único caminho verdadeiro é o das emoções
E que maior bem do que a paixão reino nenhum pode ter

Ela traz em si um sorriso belo que poucas sabem carregar
Tem mãos delicadas e um jeito de olhar que nos desarma
Tem uma risada que enche de alegria o ar
E abraça nos entregando de volta toda a calma

É o desdém que tem com o mundo que me mostra o que ela quer
É o modo como ela sabe viver a eternidade de cada minuto que me encanta
É o espelho pequeno que me diz: “assim como você é”
É o desejo de ver o mar e sobre as ondas convidá-la para uma dança.

Ela senta no chão, abraça apertado, canta bonito e ouve poesia
Bagunça minha vida, tira meu sono e enche meu papel de canção
Ela come devagar, caminha sem pressa e faz pão caseiro (como minha vó fazia)
É franca em palavras, delicada em ações e forte em sua decisão

Ela é simples, como simples é o amor
Ela é simples, e descobriu que seu olhar, em mim, torna-a fatal
Ela é simples, e carrega isso consigo aonde for
Ela é simples, tão simples porque é real.

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