domingo, 5 de setembro de 2010

l’Amour

            Como se aprende a amar? Há quem diga que já nascemos com isso preso em nós, como se amar fosse um dom inerente a nossa natureza; já outros crêem que nunca se aprende a amar, e que nosso destino é apenas tentar. Mas encontramos a resposta em Drummond, que acaba nos explicando: “amar se aprende amando.”

                O Amor... Ele passa a existir num processo pois não é uma coisa em si; como é belo esse construto chamado Amor. Quantos elementos somos capazes de usar para fazê-lo existir? Começamos com a amizade, pois que Amor iria permanecer em pé sem uma boa dose de companheirismo e cumplicidade? A amizade é linda por si só, mas quando ela faz parte do Amor ganha um brilho diferente; sem ela o Amor não saberia compartilhar, doar-se e nem ter aquele desejo de ver a outra parte, mais feliz.

                Não podemos ter um Amor bem formado se não colocarmos uma pitada (generosa) de paixão. Aqui, senhoras e senhores, temos uma grande confusão, não venha me dizer que paixão é um fogo desatinado que queima e passa, não! Ela não é isso; paixão é um tempero, um sabor, um “q” especial. É a paixão que nos faz olhar para uma multidão e ver apenas uma pessoa, como se todos fossem opacos, e só ela reluzente. E muito perto dela temos a sabedoria; ela rege todos os elementos e se não vier de Deus meus caros, teremos um Amor até que bonito, mas falho em suas ações. Ela que nos mostra o momento de falar e ouvir, de demonstrar o Amor e de saber receber uma homenagem. A sabedoria é a argamassa do Amor, torna ele firme, consistente.

                O Amor tem esses tantos elementos inclusive a fúria. “Fúria? No Amor?” Perguntam vocês. Sim! Afinal de contas quem não gosta de um conflito? Não me condenem, pois no Amor as coisas são bem diferentes. Esses conflitos de maneira nenhuma querem destruir a outra parte, antes, são uma força que levam os dois a chocarem-se, invadirem um o mundo do outro. Sem a fúria, o Amor nunca faria duas pessoas amalgamarem-se tanto a ponto de não serem dois, mas sim, um a extensão do outro. E pasmem vocês, o Amor tem seu quinhão de ciúme.  Mas desculpe decepcioná-los esse ciúme não de “alguém”, é um ciúme de si. Ele faz com que tenhamos a necessidade de nos reinventar, como se o eu de hoje devesse ser melhor do que o de ontem; isso nos traz novos sorrisos, novas aventuras, transformando todos os dias num primeiro encontro.

                O desejo é dos combustíveis fortes do Amor. Ele não busca apenas a pele contra a pele; nem tão pouco se ocupa de sentir o encontro dos lábios. Ele busca mais: o balançar dos cabelos contra brisa da manhã; o sorriso iluminado que faz crescer o mundo, o som orquestral da risada que inunda o coração e o olhar... O olhar que esquadrinha a alma, que bebe na fonte do ser que é o outro, o olhar...

                E lá vem ela, linda, caminhando com uma Deusa antiga, leve, sublime; o que seria do Amor sem ela? Ela? A Saudade! A saudade gravita muito acima do que podemos pensar; ela está além da nostalgia que se prende as coisas que já passaram; nem a ânsia que só olha para as coisas que hão de vir. A saudade é posta no presente, um sentimento de incompletude.  Sem isso o Amor não existiria. Em principio quando sentimos saudade de uma pessoa que ainda nem conhecemos, o Amor tem sua senda gravada, uma pedra fundamental lança por onde ele poderá se edificar.

                O que mais nos alegra é saber que mesmo depois de lágrimas, desilusões e fugas, o Amor ainda corre a plenos pulmões desejoso de ser construído em mais alguém. Se amar se aprende amando, buscando e aperfeiçoando a amizade, a paixão, a sabedoria, a fúria, o ciúme, o desejo e a saudade, devemos então crer que mesmo com um mundo louco girando em linhas tortas, o Amor segue em linha reta, na direção dEle, o único e perfeito Amor.

6 comentários:

  1. UAUUU!!!
    Que texto bom!!!
    Você está muito bom na escrita, hein??!
    Eu teria algumas observações a fazer, mas estou não tenho mais tanta certeza quanto ao que sei ou não sobre o Amor...
    Estou precisando amar para redescobrir =)
    Minha certeza permanece no que você apresenta como consideração final: seguir sempre na busca por Ele, o único e Perfeito AMOR!!!!
    =)

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  2. Essa deusa me pega de jeito, viu...
    Lindo e iluminado como vocÊ!
    Vida longa ao blog! :*

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  3. Esse texto deu o que falar!Fez o maior sucesso!;D

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